sábado, 23 de janeiro de 2016

Resenha: A vida secreta de Laszlo, Conde Drácula

Roderick Anscombe (1994): “A vida secreta de Laszlo, Conde Drácula” (414 páginas, tradução de Pedro H. Berwick, 1ª ed. – São Paulo: Jardim dos Livros, 2007; de R$ 23,90 a R$ 41,90) é um livro escrito como um diário e, como tal, conta coisas que Laszlo fez e seus pensamentos, inclusive os mais sombrios.


O livro começa em Paris, no ano de 1866, época em que Laszlo, formado em medicina, estava fascinado com as pesquisas de Dr. Charcot, médico bastante famoso que estudava sobre psiquiatria e fazia demonstrações públicas de hipnose. E, tempos depois, ele começa a trabalhar no Hospital Salpêtrière, onde tem mais contato com os pacientes. Laszlo, alucinado por psiquiatria, começa a desenvolver atitudes bem estranhas, deixando-se levar por impulsos que não sabia que poderiam existir, mas que lhe proporcionavam prazer. É quando vira um assassino de moças, sedento por sangue.

Que perversão é esta, ansiosa por se apoderar de tudo que é raro e bom, que quer degradar tanta beleza, destruí-la, dilacerá-la, que quer massacrar essa coisa linda, essa vida humana?

De volta à seu pais de origem, a Hungria, recebe o título de Conde do seu falecido irmão. Atormentado pelos seus desejos e tentando lutar contra os mesmos, Laszlo procura seguir uma vida “normal”, até que mais uma vez não resiste aos seus impulsos e comete outros assassinatos. Diversas vezes lembrando de seu juramento de curar e salvar a vida das pessoas.

É um livro cheio de suspense, com apenas um assassinato sem detalhes. Confesso que achei o livro mais interessante perto do fim. Onde acontece mais um “jogo” psicológico e ele tem que usar mais estratégias para não ser descoberto.

Para quem gosta de psicologia é bem interessante, mas não poderia ser muito diferente, pois foi escrito por um médico psiquiatra forense. Para quem é fã de vampiros, talvez estranhe um pouco, pois a história é mais voltada para o “tormento psicológico” de Laszlo, do que “vampirismo” em si. E da mesma forma que o autor chama a atenção do leitor de forma a prendê-lo, também tem umas partes um pouco “entediantes”. Mas acho que, se você não criar muita expectativa, vale a pena ler.

"Sentia-me tentado e era guiado pela ternura na direção da minha vítima. O amor é a benção que ao mesmo tempo eleva e santifica meu sangrento desejo. O amor é cego: jamais verá a selvageria para a qual me conduz.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário